DE “GAUCHORUM” FUSARCA, A “FUSARCA” DOS GAÚCHOS !
Nos idos dos anos Sessenta uma turma, que estudávamos na UNISINOS, quando esta ainda era as margens do Rio dos Sinos, junto com o Padre Clemente, Professor e Biólogo, escrevemos uma Poesia sobre os gaudérios e “latinizamos” sua forma de ser escrita.
Misturamos “Latim e Português” já, na época, poetizando a forma dos gaúchos agirem que, normalmente, nunca eram pelo bom senso e sempre na “marra”.
REVOLUÇÃO FARROUPILHA – PDS E UDN E POR AÍ FOI !
A história conta que a Revolução Farroupilha é uma luta dos gaúchos contra os brasileiros. “Chimangos”, leais ao Governo Central, usando lenços brancos se degladiaram durante dez anos contras os “Maragatos”, usando lenços vermelhos, que buscavam a independência do Governo do Brasil.
Mas nas suas entranhas, esta Revolução Farroupilha, foi na sua maioria um embate entre os gaúchos. Divididos entre dois campos políticos, terminada a Revolução o Rio Grande do Sul continuou com um modelo fortemente polarizado, que traz um contraste em relação aos outros Estados brasileiros.
Começou com a UDN – União Democrática Nacional e, PSD – Partido da Democracia Social, passaram os tempos, foram criadas novas siglas partidárias, e a “polarização política” continua cada vez mais arraigada. Nosso próprio Hino Riograndense expressa isto:
“Como aurora precursora, Do farol da divindade, Foi o 20 de Setembro, O precursor da liberdade. Mostremos valor constância, Nesta ímpia e injusta guerra, Sirvam nossas façanhas, De modelo a toda Terra...”!!!
FESTEJOS DE 20 DE SETEMBRO !
Dentro de alguns dias em todos os recantos de nosso Estado, bombachas e vestidos de prendas vão aparecer como forma de cultuarmos nossas tradições. É um momento de irmanação em torno de uma causa comum cantada no Hino de nosso Estado. Na realidade nos lembramos da “República do Piratini”, frase até hoje constante na Bandeira Oficial do Rio Grande do Sul, pois chegamos a nos “separar do Brasil”, criando uma nova República.
Temos uma espécie de “Independência, dentro da Independência do Brasil”, o que nos cria uma dificuldade de criar consenso em torno de Projetos e Reformas importantes para o desenvolvimento e modernização do Estado.
REFORMAS E MODERNIZAÇÃO DO ESTADO !
Nosso Estado é um singular território onde qualquer tentativa se modernização e reforma do Estado, são barradas por esta “cultura de conflito” que nos deu glórias no passado, está atrapalhando o presente que vai acabar comprometendo nosso futuro. Temos um tipo de política que a cientista política, Maria Izabel Noll, denomina de: “política de soma zero: quem ganha, ganha tudo, quem perde, perde tudo” !!!
O resultado desta política equivocada é que perdemos importância em relação aos outros Estados que conseguem unir “oposição e situação” quando as questões são fundamentais para o desenvolvimento e modernização destes. (veja os Estados do Nordeste, como exemplo).
Afirma o Professor de Economia da UFRGS, Flávio Comim, que o Rio Grande do Sul tem uma configuração política dividida entre um “liberalismo pouco humano” e um “socialismo que não se preocupa com a eficiência”.
No lugar de pensar no bem comum cada facção política “agarra-se” aos seus ideários e deu !!!
Os recursos financeiros do Estado são poucos, então a “briga” por estes se torna mais expressiva. Na medida, que os procedimentos se acirram, a reforma e modernização do Estado não acontece.
A OMISSÃO DA SOCIEDADE CIVIL CRESCE DIA A DIA !
Mais de uma vez já comentamos que nossa Sociedade Organizada não reage, não enfrenta, não cobra e nem quer, muitas vezes, saber o que está ocorrendo. Basta ver tudo o que aconteceu e acontece por aqui. Audiências Públicas são realizadas, Denúncias são feitas publicamente e não existe reação da Sociedade Organizada, dê-se o nome que quiser contra estes desmandos que estão tornado-se “corriqueiros”.
Assim também se dá no Estado, que agrega um ingrediente extra, “a força das corporações, de sindicatos e de grupos de interesses” que tem um grande poder de organização para “brecar” qualquer mudança. Estas têm grandes influências no Poder Legislativo e uma alta capacidade para gerar “desgastes” ao Poder Executivo, caso este não atenda seus “interesses”.
Nós gaúchos “enchemos o peito” para dizer que somos um Estado “altamente politizado”. Mas o que notamos, até localmente, em Erechim, é que temos uma Sociedade Organizada “apática” em relação aos debates que podem modernizar e desenvolver o Município e o Estado.
Na realidade a Sociedade Organizada ou Civil “não tem voz e nem vez”. Não discute, não faz manifestações públicas e não protesta nas redes sociais. (Flávio Comim). Se tivesse, muitos conflitos poderiam ser resolvidos.
Nós formadores de opinião temos a responsabilidade de incutir na sociedade que esta pode, e é o “fiel da balança” para que as decisões caírem para cada um dos lados, harmonicamente, sem “fanfarronices”.
Para encerrar, vamos citar o que sentiu Nelson Proença, Secretário do Governador, Antônio Britto, (1995/98) a respeito e comenta: “Que as medidas polêmicas como as privatizações só foram possíveis porque a gente sabia que nos custariam a eleição. Éramos hostilizados na rua, nossos filhos maltratados na escola, era um troço muito ruim” !!!
Temos que lembrar um “comentário” feito recentemente, pelo Jornalista Lasier Martins, no Jornal do Almoço, na RBS/TV, as coisas que estão ocorrendo no Brasil, nos Estados e Municípios já “desembocaram em uma revolução” !!!
Estamos indo para Tramandaí, onde participaremos da:
“VIª CONFERÊNCIA ESTADUAL DE SAÚDE – Acesso e acolhimento com
qualidade: um desafio para o SUS”.
Assunto para próxima semana.
Tchau, bom fim de semana !!!
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